Xand Avião e o Prefeito de Mossoró estão na mira do Ministério Público do RN por suposta propaganda eleitoral antecipada!


O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) abriu uma investigação preliminar para apurar uma manifestação do cantor Xand Avião, ocorrido durante o evento "Pingo da Mei Dia", que faz parte da abertura dos festejos do Mossoró Cidade Junina 2025, realizado no último sábado (07). A declaração foi feita na estrutura do evento, que contou com grande público e, tradicionalmente, celebra a cultura nordestina. 


De acordo com a promotora de Justiça Ana Ximenes, da Segunda Promotoria de Justiça de Mossoró, o caso está sob análise e ainda não há um entendimento jurídico definitivo. “Ainda é cedo para uma avaliação conclusiva, mas determinei a abertura de uma Notícia de Fato para apurar possíveis irregularidades”, afirmou à reportagem do Diário do RN nesta segunda-feira (09).

A Notícia de Fato, de número 02.23.2022.0000025/2025-37, foi instaurada com o propósito de investigar práticas de propaganda eleitoral antecipada, potencialmente financiadas com recursos públicos. Foram citados na apuração o cantor Xand Avião, cujo nome de nascimento é José Alexandre da Silva Filho, além do prefeito Allyson Bezerra e da secretária Municipal de Cultura de Mossoró, Janaína Holanda. Para subsidiar a investigação, o Ministério Público anexou matérias jornalísticas e registros do Instagram relacionados aos fatos.

Durante sua passagem pelo camarote da Prefeitura de Mossoró, próximo à imprensa, Xand Avião fez um discurso de apoio ao prefeito, mencionando a possível candidatura de Allyson ao governo do Estado. Ele afirmou: "Meu prefeito Allyson, um beijo do comandante. Parabéns por essa festa maravilhosa. Quem é fã do Allyson dá um gritão bem grande aí! 99,9% de aprovação. Quem não é, é porque não vota aqui. Quem quer Allyson para governador, grita eu! Por mim, ele era presidente logo, macho".

A investigação, ainda em fase inicial, tem como objetivo esclarecer se houve uso de recursos públicos com esse intuito e se configura alguma irregularidade eleitoral. Ainda não há uma decisão final, mas o episódio suscita debates sobre os limites da manifestação política em eventos culturais financiados com recursos públicos, especialmente em períodos anteriores ao permitido para propaganda eleitoral.