Verdade Sem Pix Na Conta: O Lixão acabou, mas o Aterro Sanitário Inacabado custou caríssimo à história administrativa de Pau dos Ferros.


Pau dos Ferros celebra com alívio o fechamento definitivo do lixão pela prefeita Marianna Almeida. O ato, que cumpre a Lei Federal da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), encerra um pesadelo ambiental. Hoje, os resíduos sólidos de Pau dos Ferros são destinados corretamente a um ambiente particular e licenciado (próximo a São Francisco do Oeste), uma solução que garante o tratamento adequado e apoia a Associação de Catadores (ASCARP).


Apesar da alegria, a comemoração não é plena. O terreno que virou lixão deveria ter sido um aterro sanitário, projeto iniciado na última gestão do ex-prefeito Francisco Nilton Pascoal de Figueiredo, com verba federal. O problema é que, apesar de o ex-gestor ter assinado o "Termo de Aceitação Definitiva", a obra nunca funcionou.

Essa falha provocou uma ação do Ministério Público Federal (MPF), que comprovou as irregularidades. A Justiça Federal condenou Dr. Nilton Figueiredo por improbidade, determinando a suspensão dos direitos políticos e a obrigação de ressarcir os cofres públicos pelos valores mal aplicados.

O lixão se tornou o tema central das disputas políticas seguintes, sendo o principal alvo das críticas do ex-prefeito Leonardo Rêgo. Ele usava o problema para denunciar o fracasso da gestão anterior. Em sua própria administração, ele tentou dar início à solução com recursos do tesouro municipal, começando as obras de um aterro sanitário controlado nas imediações do lixão, uma alternativa que poderia ter sido concluída pela gestão atual. Contudo, essa obra não foi finalizada por uma suposta falta de continuidade administrativa por parte da gestão Marianna Almeida.

O fato é que tanto a destinação dos resíduos para o aterro particular, assim como a decisão de fechar o lixão, se deve à exigência da Lei Federal e à existência dessa opção licenciada, que serve a diversos municípios da região.

A história do lixão mostra que a celebração de hoje, embora merecida, seria muito maior se a obra original, o aterro sanitário próprio, tivesse sido concluída na época. O caso reforça a importância vital da continuidade administrativa, para que Pau dos Ferros não precise mais pagar o preço de projetos essenciais que foram abandonados no passado.