Prefeito de Pau dos Ferros faz alarde por manter salários do funcionalismo em dia, como se ato não fosse uma obrigação institucional.


É verdade que as prefeituras do Brasil estão sendo penalizadas com a crise financeira que assola o país? Sim, é verdade. Mas, também é verdade que esta realidade está sendo imposta a todos, sem exceção, inclusive, a grandes e pequenos empresários, pessoas ricas e pobres? Exatamente, não escapa ninguém.

Contudo, normalmente, não se vê por aí pessoas ou empresas se vangloriando pelo pagamento de débitos assumidos. Quer dizer, a não ser que tal feito (pagar o que se deve) não seja um hábito natural e que, portanto, mereça um demasiado alarde para espantar qualquer sinal de velhacaria junto a terceiros.

Todavia, no caso da Prefeitura de Pau dos Ferros chega a ser hilário o alarde midiático que é feito em torno do fato do prefeito Fabrício Torquato (PSD) estar conseguindo manter o pagamento do funcionalismo em dia, já que o ato administrativo em si não representa nenhum favor extraordinário ofertado bondosamente pelo gestor municipal, pelo contrário, se trata de um obrigação institucional e que poderia até ocasionar uma série de complicações judiciais caso não fosse cumprida. 

Além disso, não se tem notícias de atraso no pagamento de servidores durante a gestão anterior, o que torna ainda mais desnecessário o fato do atual governo estar insistindo em propagandear que a prefeitura está pagando direitinho ao funcionalismo. Se bem que, devido a quantidade excessiva de funcionários comissionados abarrotando a municipalidade, até que poderíamos admitir algo neste sentido, porém, como o prefeito Fabrício não fala em enxugamento da folha deixemos este assunto para uma abordagem posterior.

Enquanto isso, pipocam especulações na imprensa potiguar quanto ao possível acúmulo de dívidas contraídas pelo Município, durante a atual gestão, junto a diversos fornecedores que, segundo o blogueiro Robson Pires (Relembre AQUI), estariam batendo na porta da casa do prefeito todo dia em busca do que lhes é de direito.

Talvez, por isso, a assessoria de comunicação da Prefeitura ainda não tenha optado por divulgar um belíssimo texto institucional enfatizando o pagamento rigorosamente em dia dos fornecedores locais e da região, já que, claramente, adotaria-se o mesmo modus operandi. 

Dúvidas à parte, é notório que a ausência de grandes obras e feitos administrativos tem levado os assessores do alcaide a fazerem um enorme esforço para tentar atenuar a sua imagem negativa perante a população, nem que para isso seja necessário recorrer a argumentos inócuos ou desnecessários.

Sinceramente, digo que enquanto a atual gestão continuar a divulgar obrigações básicas como atos grandiosos e merecedores de todo o reconhecimento, é sinal que a inércia administrativa continuará predominando e, maquiavelicamente, sendo camuflada através de pirotecnias promovidas com 'traques midiáticos'.

Que chato, o marasmo continua!